O QUE É ARTE?

Este blog servirá como local de pesquisa para trabalhos de Educação Artística.

O QUE É ARTE ?

O conceito de arte é extremamente subjetivo e varia de acordo com a cultura, período histórico ou de pessoa para pessoa, mas o certo é que a arte está presente em todos os momentos da história da humanidade.
O artista explora, descobre e concretiza possibilidades que não tem certeza alguma, apenas exercita sensibilidades, desperta curiosidades e impulsiona ações para si e para os outros. Quando vemos uma obra de arte na verdade estamos lendo um livro ou vendo um filme, criamos uma série de pensamentos que nos leva a recriar a obra do artista com a nossa visão e bagagem cultural nos tornando coautores.





A discussão sobre se a fotografia é arte ou não é longa e envolve uma diversidade de opiniões. Fazer fotografia não é apenas apertar o disparador. Tem de haver sensibilidade, registrando um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo externo através da realidade estética.
Em um mundo dominado pela comunicação visual, a fotografia só vem para acrescentar, pode ser ou não arte, tudo depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na imagem. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e sentimento.

“Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.”
Henri Cartier-Bresson

http://www.fotonadia.art.br/areadeacesso/bresson/

Acho de uma grande felicidade a “fotografia de sorte”, aquele momento único, quando o fotógrafo está no lugar certo na hora certa. Mas o que falar da “fotografia no escuro”, quando o fotógrafo é cego e se guia pela criatividade e emoção? Claro que com a ajuda de alguém para montar a cena e descrever o local, mas a criação e a orientação é de Evgen Bavcar um fotógrafo esloveno. Suas fotos possuem uma movimentação e um som que eu nunca tinha imaginado que pudesse existir em uma imagem fixa.

http://photos.uol.com.br/materias/ver/51144

Monólogo das MãosO poema “Monólogo das Mãos” foi escrito a partir de um trabalho de Montaigne, recebendo tradução do dramaturgo brasileiro Oduvaldo Viana, que o inseriu em sua peça “O Vendedor de Ilusões”, escrita para Procópio Ferreira em 1931.
As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, escrever e trabalhar...
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou para sempre a auréola do famoso revolucionário;
Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena;
E foi com as mãos que Jesus amparou Madalena.
Com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena;
Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço à corda que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a guilhotina;
o operário construir e o burguês destruir;
o bom amparar e o justo punir;
o amante acariciar e o ladrão roubar;
o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra,
uma flor ou uma granada,
uma esmola ou uma bomba
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos;
os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver,
e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos.
Os mudos falam com as mãos.
As mãos colocadas na direção do submarino levam o homem para o fundo como os peixes.
E no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros. O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro prato
para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta, acariciando, mostra a bondade.
Mas fechada e levantada mostra a força e o poder;
empunha a espada a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes;
da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento
e da fantasia nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas,
conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor,
o melhor pacto de amizade ou um juramento de fidelidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com as mãos;
as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica,
ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as alheias.
E nos dois extremos da vida,
quando abrimos os olhos para o mundo e
quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo,
são as mãos maternas que nos agasalham o corpo tão pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos já não brilham
e os sentidos desaparecem.
Ainda são as mãos de cera que continuam na morte as funções da vida.
E a imagem do Nazareno pregado na cruz vai conosco para debaixo da terra
com as nossas mãos cruzadas sobre o peito.
E as mãos dos amigos nos carregam...
E as mãos dos coveiros nos enterram!